Política e Transparência

Governador de MS Prioriza Petistas em Nomeações, Causando Descontentamento com alianças políticas

Intrigas Políticas Levam a Mudanças na Agraer com nomeações do PT no governo de MS



No Diário Oficial do Governo do Estado divulgado no dia 14, as nomeações do Partido dos Trabalhadores (PT) para integrar a Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) ganham destaque. Essas escolhas são uma resposta às preocupações e à pressão públicas feitas pelo deputado Zeca do PT, que havia demonstrado sua insatisfação com a ausência de representação e ameaçado romper os laços com o governo, caso suas demandas não fossem atendidas.

O impacto das ações do deputado tornou-se evidente, levando a três novos acréscimos à equipe da Agraer, entre os quais se destaca um membro da família Miranda, coincidentemente também o sobrenome de Zeca do PT, que possui parentesco com Vander Loubet (PT).

Os cargos na Agraer foram preenchidos por Adelia da Silva Miranda, Claudeir Guimarães Bernardo e Elia Custodia Nogueira. Além disso, se une a eles o recém-nomeado diretor da Agraer, Marcos Roberto de Carvalho Melo, que também atua como secretário-geral do PT em Mato Grosso do Sul. A nomeação de Melo ocorreu como resposta às demandas de Zeca.

No mesmo Diário Oficial, consta a saída de Silvana Torres Valu, reconhecida por liderar o popular bloco de carnaval da região, o "Cordão da Valu". No ano anterior, Silvana havia sido designada como superintendente da Cultura na Capital, mas preferiu renunciar a esse posto em prol do governo estadual.

No entanto, sua permanência nessa nova posição foi breve. A transição para o governo estadual foi mediada pelo então diretor da Fundação de Cultura, Max Freitas. No entanto, devido a desentendimentos que levaram à saída de Max do governo, Silvana não conseguiu manter seu cargo e acabou sendo destituída por Marcelo Miranda, responsável direto pela saída de Max.

Enquanto isso, o governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, membro do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), uma legenda de Centro Esquerda, que oficializou uma aliança com o Partido Liberal-PL, caracterizado como de Direita e associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro durante a última eleição, enfrenta o desafio de assegurar apoio em sua agenda na Assembleia Legislativa de MS. Isso inclui deputados de seu próprio partido, assim como do Partido Progressista-PP, parte do Centrão e liderado por Tereza Cristina. Tereza Cristina foi fundamental na campanha de Riedel, trabalhando lado a lado para conquistar votos para o atual governador.

Apesar dos possíveis riscos de perda de apoio, Riedel mantém sua determinação em favorecer membros da cúpula petista do estado, concedendo a eles subsecretarias, posições de destaque na esfera social e diversos cargos. Surgiram informações que indicam que muitos dos colaboradores do governo anterior, que demonstraram apoio ao então candidato a governador, foram deixados para trás. Eles se dedicaram intensamente para alavancar a campanha do então desconhecido candidato, levando-o ao estrelato político.

No entanto, esses aliados agora enfrentam rejeição e dificuldades financeiras, uma vez que não receberam o apoio esperado de quem os beneficiou enormemente em sua jornada para o sucesso. Curiosamente, o foco atual é prestigiar aqueles que estavam em oposição anteriormente. Indivíduos que contribuíram significativamente para o processo foram marginalizados, possivelmente contaminados pela mudança de atitude. 

A insatisfação dos deputados pode atrapalhar o projeto mais recente do governador, que visa atender às demandas do Partido dos Trabalhadores (PT) e do PSOL, ambos de esquerda. O plano envolve a criação da Secretaria de Estado de Cidadania. No entanto, para isso se concretizar, os deputados insatisfeitos com a concessão de favores a esses partidos precisam assinar, o que requer uma reestruturação administrativa do estado. Isso seria uma mudança direta em favor dos partidos de esquerda, que são conhecidos no estado por suas ideologias progressistas.

Vale lembrar que a revolta inicial do deputado Zeca do PT, direcionada à Cassems, causou alvoroço. No entanto, essa insatisfação parece ter sido dissipada após conversas particulares com o governo e o profissional médico que está no comando da instituição. O silêncio se instalou, apenas evidenciando um sentimento de harmonia. Pode haver uma conexão com relações de longa data?

A situação é extremamente subjetiva, relativa e, em grande medida, sem resolução definitiva. O executivo ainda carece da maioria necessária para aprovar suas iniciativas, visto que o governador deseja conferir mais poder a seu super secretário.

Isso envolve a transferência do comando da Fundação de Cultura do Mato Grosso do Sul (FCMS) para a Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica (SEGOV), assim como a administração das Fundações Estaduais de Desporto e Lazer (FUNDESPORT) e de Turismo (FUNDTUR). Essa mudança daria ainda mais ao deputado licenciado Pedro Arlei Caravina que esta no comando da SEGOV, porém, sua relação não é das mais harmoniosas com outros deputados, bem como com o atual titular da Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania (SETESCC), Marcelo Ferreira Miranda. Conforme relatado pelo Correio do Estado, Marcelo recusou a oferta de liderar a Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS).

Essa reconfiguração representaria uma mudança hierárquica no aparato estatal e, considerando também a relação conturbada com Caravina, essa reestruturação parece ser um degrau abaixo da posição anterior. Tudo indica que o governador está arriscando mais no "cavalo escuro"