Política e Transparência

Com investimento de R$ 22 milhões, governo federal irá implantar 2ª Casa da Mulher Brasileira em MS

Instituição atenderá todas as mulheres, mas, especialmente, indígenas de Dourados e região vítimas de violência nas aldeias



Para atender a demanda das mulheres indígenas, o governo federal, por meio do Ministério das Mulheres, Mato Grosso do Sul terá uma segunda Casa da Mulher Brasileira. Agora, a instituição será pensada para atender as demandas das mulheres indígenas de MS e, para isso, será construída em Dourados, a cerca de 10 km da reserva indígena. 

Prevista para ser entregue até o fim de 2024, e orçada em R$ 20 milhões, a nova Casa da Mulher Brasileira há muito é esperada pelas indígenas sul-mato-grossenses, já que um espaço de atendimento às vítimas de violência de gênero e doméstica que atende mulheres indígenas é uma demanda antiga nas aldeias tanto de Dourados quanto de outros municípios. 

De acordo com o Ministério das Mulheres, a nova Casa de Mulher atenderá vítimas de violência de gênero de todas as etnias de Dourados e região. A instituição também irá atender mulheres que não pertencem aos povos originários. 

Assim como a Casa da Mulher de Campo Grande, a primeira inaugurada no país, a de Dourados receberá verbas federais para a implantação e um aporte para a manutenção por dois anos. Posteriormente a administração será repassada para a prefeitura de Dourados e o governo de Mato Grosso do Sul.

Ao todo, o investimento será de R$ 20 milhões, dos quais 16 milhões serão direcionados para a construção e R$ 4 milhões para  

Ao Correio do Estado, a líder indígena Jaqueline Aranduhá Kaiowá, que faz parte da Grande Assembleia das Mulheres Guarani e Kaiowá (Kuñangue Aty Guasu), explicou que será criado uma comissão nas aldeias Jaguapiru e Bororó para o acompanhamento das obra. 

"Vai ser realizado um processo de escuta da comunidade pela organização das mulheres indígenas para saber como a comunidade pensa esse espaço de acolhimento e, a partir disso, vamos criar uma comissão das indígenas para acompanhar a implantação desse programa", pontua a liderança. 

Ela ainda detalha que o acompanhamento da obra e da instalação das políticas de funcionamento é uma forma de assegurar os direitos e garantir que a Casa irá atender mulheres indígenas, levando em consideração as particularidades de cada cultura e etnia. 

"Esse acompanhamento vai ser para que nossas especificidades sejam levadas em consideração e nada fique de fora porque serão acolhidas vítimas de violência, então, todos os cuidados e detalhes são importantes. É necessário que seja construída junto com a comunidade e organizações como Funai [Fundação Nacional dos Povos Indígenas] e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai)", pontuou. 

Por fim, a líder indígena douradense lembra que ter uma Casa da Mulher próxima às aldeias é uma demanda antiga da comunidade, inclusive foi uma das mais apresentadas pelas mulheres ouvidas pela equipe ministerial da pasta das Mulheres que estiveram em visita à Amambai, Dourados e Campo Grande no começo do mês. 

Jaque ainda lembra que o pedido foi apresentado para as ministras Cida Gonçalves, titular da pasta responsável pela instituição, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento Federal, em reunião da plenária presencial do Plano Plurianual Participativo, em Campo Grande, no mês passado.