Policial

Indígenas denunciam agressão em acampamento de Naviraí (MS); PM diz que não houve confronto

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) diz que 'a comunidade Kurupi foi agredida por PMs que faziam escolta de fazendeiros'. A Polícia Militar informou que houve a tentativa de impedir o trabalho de funcionários no interior da fazenda e 'não hou



Indígenas da etnia Guarani Kaiowá denunciaram ataques à Terra Kurupi, localizada na BR- 163, no município de Naviraí (MS) - a 352 quilômetros de Campo Grande, na tarde desta quinta-feira (16). A Polícia Militar esteve no local e diz que não houve ataque.

Em nota, o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) informou que a comunidade indígena Kurupi foi agredida por policiais militares que faziam escolta de fazendeiros. Segundo a comunidade, tiros teriam sido disparados contra os indígenas.

Ainda conforme o Cimi, funcionários da fazenda que faz divisa com a terra indígena iniciaram um processo de desmatamento da área de preservação permanente e por isso, um grupo da aldeia foi até o local pedir para que a mata não fosse destruída.
Segundo os indígenas, houve disparos dos jagunços do fazendeiro, enquanto os militares cercaram a comunidade com caminhonetes e um helicóptero sobrevoava a área, fazendo com que mulheres e crianças procurassem a mata para se esconder.

“Porque esse povo da fazenda não respeita. Eles estão quebrando a regra da justiça. Porque eles têm todo o direito de quebrar a quebra e nós não? Eles exigem respeito, nós também exigimos respeito. Se eles não respeitam, nós também não vamos respeitar”, disse Valdir Martins, liderança Guarani Kaiowá na terra Kurupi.
O Cimi alertou para a gravidade e pediu ajuda das autoridades federais para que atuem no sentido de assegurar proteção à comunidade Kurupi. Desde 2007, os indígenas esperam a demarcação das terras, situação que foi acordada entre Ministério Público Federal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).


O que diz a PM?
Procurados pela reportagem, a Polícia Militar negou qualquer tipo de confronto com a comunidade indígena e confirmou apenas que foram ao local para atender um chamado do proprietário da fazenda depois que os indígenas tentaram “impedir o trabalho de pessoas no interior da fazenda”.

“Houve o acionamento da Polícia Militar. A guarnição se fez presente, resolveu a situação e retornou, sem necessidade de uso da força. Não houve agressão”.
Em nota, a Polícia Federal afirmou que está averiguando a situação.