O deputado federal Sanderson (PL-RS) apresentou à Câmara o primeiro pedido de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Aliado fiel do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele acusa o atual chefe do Executivo de cometer crime de responsabilidade ao alegar ter havido um golpe de Estado no Brasil em 2016, na ocasião em que a então presidente Dilma Rousseff (PT) foi derrubada em um processo de impeachment.

"Ao afirmar, em discurso oficial e público, que o impeachment de Dilma Rousseff foi um golpe de Estado, Lula atenta contra os Poderes, Câmara e Senado, bem como contra a Constituição Federal, situação que por si só impõe a abertura de impeachment pela flagrante prática de crime de responsabilidade", disse o parlamentar, em suas rede sociais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente, comemorou a iniciativa. "Primeiro pedido de impeachment de Lula: crime de responsabilidade ao discursar dizendo que Dilma sofreu golpe em 2016. Não vamos dar descanso!", disse ele, marcando Sanderson na publicação.

Na terça-feira, ao lado do presidente da Argentina, Alberto Fernández, e do ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, Lula reforçou seu discurso de campanha de que Dilma foi vítima de um golpe.

"Vocês sabem que depois de um momento auspicioso no Brasil, quando governamos de 2003 a 2016, houve um golpe de Estado. Se derrubou a companheira Dilma Rousseff com um impeachment. A primeira mulher eleita presidenta da República do Brasil", disse Lula na ocasião.

Na quarta-feira, no Uruguai, o petista chamou Michel Temer, que foi vice de Dilma e assumiu o poder com o processo de impeachment, de "golpista". Após a fala, Temer publicou  uma nota à imprensa em que afirma que Lula "mantém os pés no palanque e os olhos no retrovisor".